Namoro a três: tubarões-leopardo são flagrados em acasalamento inédito no Pacífico
Um vídeo raro registrou pela primeira vez na natureza um acasalamento entre três tubarões-leopardo, dois machos e uma fêmea, nas águas cristalinas da Nova Caledônia, território francês no Pacífico.
O flagrante foi feito pelo biólogo marinho Hugo Lassauce, da University of the Sunshine Coast (Austrália), em parceria com o Aquarium des Lagons, de Nouméa, capital do território francês (veja ACIMA).
“É raro testemunhar tubarões acasalando na natureza. Mas ver isso acontecer com uma espécie ameaçada, e conseguir filmar, foi tão empolgante que começamos a comemorar no barco”, contou o pesquisador, que trabalha há um ano monitorando semanalmente os animais a cerca de 15 km da costa.
Segundo Lassauce, o flagrante exigiu paciência.
Em um comunicado, ele conta que havia visto machos perseguindo fêmeas antes, mas nunca o processo inteiro. “Então, enquanto eu observava esse grupo em especial, vi uma fêmea com dois machos agarrando suas nadadeiras peitorais no fundo do mar”, disse.
Três tubarões-leopardo em raro momento de acasalamento na Nova Caledônia. — Foto: Hugo Lassauce-UniSC-Aquarium des Lagons
O cientista pediu para o colega afastar o barco e ficou imóvel na superfície, observando.
“Esperei uma hora, congelando na água, até que finalmente começaram a se mover. Foi rápido para os dois machos, um depois do outro. O primeiro levou 63 segundos [para acasalar], o outro 47.”
Depois do acasalamento, de acordo com Lassauce, os machos ficaram imóveis no fundo, enquanto a fêmea nadou para longe. Ambos os animais já tinham sido identificados em visitas anteriores ao local, desde 2018.
Espécie ameaçada
O tubarão-leopardo (Stegostoma tigrinum) está na lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Ele também é conhecido pelo nome de tubarão-zebra, por nascer com listras que se transformam em pintas ao longo da vida.
A espécie ocorre em águas costeiras de todo o Indo-Pacífico, do leste da África até as ilhas do Pacífico, incluindo a Austrália.
Até agora, a maior parte das informações sobre sua reprodução vinha de exemplares mantidos em cativeiro.
Para a pesquisadora Christine Dudgeon, coautora do estudo e especialista em ecologia marinha, o flagrante traz dados inéditos sobre esses animais que costumam ser solitários.
“Essa evidência sugere que o local na Nova Caledônia é um habitat crítico de reprodução, o que pode orientar estratégias de manejo e conservação, além de ajudar a entender a dinâmica populacional e os comportamentos reprodutivos de forma mais ampla”, afirmou.
Segundo ela, o registro também pode apoiar projetos de reprodução assistida voltados a reforçar populações da espécie em áreas degradadas.
Outro passo será investigar se os ovos colocados pelas fêmeas podem ter mais de um pai — o que aumentaria a diversidade genética das ninhadas.
Espécie ocorre em águas costeiras de todo o Indo-Pacífico, do leste da África até as ilhas do Pacífico, incluindo a Austrália. — Foto: Hugo Lassauce-UniSC-Aquarium des Lagons
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